Uma estatística que,
infelizmente, segue aumentando. A pouco mais de dois meses do início da Copa do
Mundo de 2014, não são todos os estádios que estão prontos. Para complicar
ainda mais, outra morte foi registrada nas obras para o torneio que terá início
em 12 de junho. Pela terceira vez, o incidente foi registrado na Arena
Corinthians, onde será realizada a abertura do torneio, com o jogo entre Brasil
e Croácia.. A vítima, Fabio Hamilton da Cruz, morreu na tarde do último sábado,
no hospital Santa Catarina, horas após sofrer cair de uma altura de oito metros
quando participava da obra de instalação das arquibancadas provisórias. No
total, oito operários já perderam a vida nos palcos do próximo Mundial.
O número é quatro vezes maior do
que o registrado no período que antecedeu o torneio de 2010, realizado na
África do Sul e que terminou com a Espanha como grande campeã. No dia 15 de
agosto de 2008, Dumisani Koyi, de 28 anos, não resistiu ao ser atingido por uma
laje de concreto durante a construção do estádio Peter Mokaba, na cidade de
Polokwane. Pouco depois, no dia 15 de janeiro de 2009, Sivuyele Ntlongotya, de
26 anos, morreu ao ser atropelado por um caminhão dentro do canteiro de obras
do estádio Green Point, na Cidade do Cabo. Dez estádios sediaram jogos no
continente africano. No Brasil, serão 12 arenas.
A Arena Corinthians ainda foi
palco da morte de dois funcionários no dia 27 de novembro do ano passado. Na
ocasião, três estruturas metálicas caíram na parte de trás do estádio em
construção, causando a morte de Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo
Oliveira dos Santos, de 44. As estruturas foram atingidas por um guindaste que
estava colocando a última treliça, de 500 toneladas, sobre o prédio leste. O
acidente atrasou as obras, que agora só devem ser finalizadas entre o fim de
abril e o começo de maio.
O primeiro óbito nas construções
dos estádios para a Copa foi registrada em junho de 2012, quando José Afonso de
Oliveira Rodrigues, de 21 anos, despencou de altura de 30 metros no estádio
Mané Garrincha. O maior número de mortes, quatro, ocorreu na Arena da Amazônia,
em Manaus. Em março do ano passado, Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, não
sobreviveu após cair de uma laje. Em outra queda, ocorrida em 14 de dezembro, a
vítima foi Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos.
No mesmo dia, José Antônio Nascimento
Souza, de 50 anos, sofreu um mal súbito enquanto trabalhava na obra do Centro
de Convenções do Amazonas, que faz parte do complexo construído para a
competição. A última morte foi do português Antônio José Pita Martins, de 55
anos, que sofreu um acidente durante a desmontagem de um guindaste.
A lista de fatalidades nas
construções dos estádios brasileiros fica ainda maior quando incluídas novas
arenas que não estarão na Copa. Em janeiro deste ano, um funcionário que
trabalhava na manutenção do sistema de iluminação da Arena do Grêmio morreu
eletrocutado. Em abril, um operário foi atingido por uma viga e também morreu
na construção da Arena Palmeiras.