O cineasta mairiense Aly Muritiba
e sua trupe pretendem trabalhar a partir de hoje na antessala do secretário de
Estado da Fazenda, Luiz Eduardo Sebastiani. Segundo eles, a ocupação da sala é
um protesto pacífico pelo fato de o governo estar devendo meio milhão de reais
à produtora do grupo, que venceu em 2012 o edital estdual de cinema. A equipe
recebeu a primeira parcela, mas não o restante, e está sendo protestada por
dever a mais de cem pessoas. Veja a entrevista de Muritiba ao blog:
Por que ir trabalhar na sede da
Secretaria da Fazenda?
O governo do estado vem nos
devendo esse dinheiro e uma satisfação há um bom tempo. O edital teve o
resultado publicado em dezembro de 2012. Foram meses para fazer o contrato e
outros meses para liberar a primeira parcela. Recebemos R$ 200 mil em novembro
de 2013, para a pré-produção. Fizemos a pré-produção com esse dinheiro.
Elaboramos o relatório para liberar a segunda parcela e pagar as filmagens.
Recebemos um empenho em 17 de dezembro, e o dinheiro sairia em 10 dias. Em
janeiro, começamos a filmar. Fizemos as filmagens em cinco semanas. Foram
adiando e disseram que o dinheiro da segunda parcela, R$ 500 mil, sairia em
março. Pedimos para todo mundo esperar, fornecedores, atores, outras empresas.
Mas agora nossa produtora foi até protestada. E ainda não recebemos.
Por que foi escolhida essa forma
de protesto?
A nossa mudança para a Secretaria
da Fazenda é um protesto contra o descaso do governo com o nosso caso e com a
cultura. Não é justo. Vamos passar a trabalhar lá. Vamos para lá de maneira
muito política, polida, educada. Pretendo entrar, sentar numa mesa, usar meu
computador e minha internet.
E se tentarem te barrar?
Tenho direito de estar num prédio
público. Pagos os meus impostos em dia. Não vou atrapalhar ninguém. Ficaremos
sentados no décimo sexto andar, trabalhando. Pretendo tomar até o cafezinho
deles. Espero que seja bom.
Quantas pessoas participarão do
protesto?
Nossa equipe é pequena. Estamos
devendo dinheiro para mais de cem pessoas que trabalharam conosco, mas são
free-lancers. Funcionários da produtora mesmo são seis. Um está viajando, então
estaremos lá em cinco pessoas. E ficaremos lá até nos pagarem.
Fonte: Gazeta do Povo