Há quase dois anos ele tomou uma
decisão: tirar a marca que o acompanhava desde o início da carreira. Desde
então, o “cigano mais apaixonado do Brasil” passou a se chamar apenas Tayrone.
O visual também passou por mudanças, mas o cantor, de apenas 29 anos, continua
sendo um dos grandes ícones do arrocha baiano e fazendo músicas de “sofrência”.
“Na verdade sou de origem cigana,
meus pais são ciganos. Resolvi dar uma repaginada no trabalho por conta do DVD
novo, para trabalhar a marca Tayrone. Não tirei o nome por causa de
preconceito. Tenho muito orgulho da minha origem cigana”, explica ele sobre a
mudança no nome.
Em outubro, Tayrone carimbou essa
nova fase de sua carreira. Durante o Arena Bahia Music, no Parque de
Exposições, ele gravou seu sexto DVD para um público de mais de 100 mil
pessoas. "Quando coloquei minha cabeça entre as cortinas para o olhar o
tamanho do público foi uma emoção muito grande", conta.
Com mais de 11 anos de estrada, o
cantor admite que hoje vive a sua melhor fase, tendo músicas regravadas por
outros artistas como Leonardo, que incorporou “Volte Amor” e “Quando você foi
Embora”, e parcerias com grandes nomes, a exemplo de Wesley Safadão e Belo, com
quem ele fez duetos na gravação do DVD.
“Liguei pra eles e de primeira
mão aceitaram. Fiquei feliz pra caramba. Sou muito fã dos dois. O Safadão eu já
conhecia há mais tempo, tocávamos muito em São Paulo e sempre tive amizade com
ele, antes mesmo dele estourar no Brasil. Nos apresentávamos em eventos, ficávamos hospedados no mesmo
hotel e quando não tinha show
aproveitávamos para ficar resenhando. Belo eu não conhecia. Quando
liguei pra ele, contei que era fã e pedi pra participar do meu DVD. Ele disse
que conhecia e elogiou meu trabalho. Mandei três músicas para pra escolher e
ele ficou com “Esse Tal de Amor Dói”, lembra.
Um dos encontros musicais mais
aguardados pelo cantor é com uma dupla sertaneja, ritmo que admira e se inspira
para fazer seu arrocha. “Sonho em dividir o palco com Zezé Di Camargo e Luciano,
sou fã. Conheço pessoalmente, mas não tive a chance de cantar junto com eles.
Quem sabe um dia, né? brinca.
Mesmo com uma média de 22 shows
por mês, Tayrone lembra que não pensava em ser cantor. “Eu recebi o convite do
meu empresário e meu irmão para gravar um CD. Nunca pensei em cantar, eles que
me forçaram a entrar nessa quando tinha 15 anos.‘Vamos gravar um CD pirata pra
gente da família ouvir’, disseram. Aí começou a circular, fizeram cópias e
distribuíram para amigos. Depois começaram os shows pequenos, comecei a fazer
viagens pelo sul da Bahia cantando em carro pequeno, um Celta na época. Não
tinha intenção nenhuma de seguir na música, apesar de gostar muito de
sertanejo”, revela.
O arrocha de Tayrone também vai
fazer parte do Carnaval. Ele já está confirmado na grade de três camarotes do
circuito Barra-Ondina, Harém, Cerveja e Cia e Pida, além de estar fechado com o
bloco ‘Pra Ficar’ e negociar com um trio sem cordas.
O sucesso de suas músicas ele
atribui a uma fórmula simples.“Eu faço com carinho, canto com amor. As músicas
falam de amor, paixão, e chifre. O público gosta disso”, defende.
E ele não quer ser reconhecido
apenas na Bahia."Nosso objetivo agora é ganhar o Brasil com esse novo
trabalho. Estamos negociando com gravadoras e em janeiro, quando for lançado,
vamos levar esse DVD para todo o país", conclui. Por Renata Pizane.