Resultados preliminares de exames
feitos em dois fetos com microcefalia trazem fortes indícios de que houve
infecção por zika vírus. Os testes foram feitos a partir da análise de líquido
amniótico de dois bebês de Campina Grande, na Paraíba. O material foi coletado
pela neuropediatra Adriana Melo, que vem acompanhando desde o início do surto
casos de paciente com a malformação, e analisado no Laboratório da Fiocruz, do
Rio. A confirmação do resultado é aguardada para esta terça-feira (17), quando
o Ministério da Saúde deve apresentar números atualizados do surto. Até sexta
(13), haviam sido contabilizados pelo menos 250 casos da doença nos estados de
Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí. Questionado sobre a
análise da Fiocruz, o Ministério da Saúde não confirmou a informação. Afirmou
em nota não haver análises finalizadas e que qualquer conclusão neste momento é
precipitada. "Todas as hipóteses serão minuciosamente avaliadas para não
se incorrer em erro", informou a pasta. Para alguns especialistas, seria
necessária a avaliação de um número maior de exames para fazer com segurança
uma conexão entre a infecção do zika vírus e o aumento de casos de
microcefalia. Dois exames em meio a um grande número de pacientes não seriam
suficientes. Até o momento, a maior dificuldade dos pesquisadores era encontrar
traços de algum agente infeccioso que poderia ter levado à malformação. Isso
porque o contato com vírus teria ocorrido há vários meses. Os exames realizados
buscam identificar fragmentos do DNA do vírus, um exame trabalhoso. BN