À guisa de esclarecimento
analisaremos, em rápidas pinceladas, o sentido do vocábulo absenteísmo que os
dicionários definem como a ausência constante do local do trabalho, de estudo
ou de qualquer atividade ou função. Em outras palavras, é o período de tempo
durante o qual o profissional permanece ocioso por várias razões. Tem origem no
latim absens que consiste no ato de se abster. O termo também se aplica a um
sistema de exploração agrícola que remonta a Roma antiga. É um fenômeno
recorrente nos meios políticos. Com efeito, o número de políticos absenteistas
é muito grande, mormente quando herdam ou consolidam uma liderança em
determinado feudos. Só aparecem esporadicamente
ou na época das eleições quando estão a cata de votos.
Mas o que nos interessa aqui é o
seu emprego na atividade docente e suas conseqüências nefastas no processo de
aprendizagem, bem como os transtornos que causam na rotina escolar, além de
aumentar sobremaneira o trabalho dos demais profissionais. Trata- se de um
problema pouco estudado e que passa quase despercebido nas discussões sobre a
problemática educacional pela leniência com que é encarado ou talvez seja
relegado a plano secundário por puro corporativismo.
Estudos realizados em vários
países revelam que os professores estão submetidos no seu dia a dia a tensões
que não são comuns a outras profissões. As causas mais comuns apontadas pelos
que já se debruçaram acerca do assunto são, via de regra, patologias
profissionais, falta de motivação, condições precárias de trabalho, baixos
salários, pressão psicológica de chefes e supervisores, entre outras que seria
enfadonho enumerá-las aqui. Em contrapartida, há outras que não tem como se
justificar. A nosso ver quaisquer que sejam as causas determinantes e os
efeitos resultantes, estas devem ser analisadas da maneira mais clara possível,
uma vez que fazem parte de uma gama de assuntos que envolvem a educação.
Portanto, faz-se mister promover uma ampla discussão sobre o tema, afim de que
se possa analisá-lo sob todos os prismas e apontar caminhos. Como se vê, é um
mote a ser desenvolvido em toda sua extensão e profundidade, objetivando
suscitar vários debates.
Antes de tudo, precisamos ter em
mente que o principal patrimônio de uma instituição é, sem sombra de dúvidas, o
seu quadro de colaboradores sem os quais nenhuma organização pode funcionar e
que é formado por pessoas com suas virtudes e seus defeitos e que amiúde se
deparam com circunstâncias que podem levá-las a tomar decisões que podem afetar
a si mesmas ou aquelas com as quais trabalham e convivem. Vale ressaltar que os
problemas causados pelas faltas não podem ser imputados somente aos faltosos,
mas por que não dizer, também a própria organização. Escusado dizer que há problemas
que são inerentes as pessoas e as organizações. Portanto, para resolver os
problemas dos absenteísmos seria de bom alvitre manter sempre aberto o diálogo
entre o quadro funcional e os gestores das instituições.
Em última análise, para reduzir
os altos índices de absenteísmo e tentar equacionar o problema é preciso adotar
algumas ações que podem diminuir ou, pelo menos, minimizar os efeitos nocivos
das ausências justificadas ou não, e, conseqüentemente, os percentuais das
faltas. Dentre essas medidas estão a conscientização da importância do
trabalho, maior interação, avaliação de desempenho e observar o comportamento
dos faltosos no sentindo de identificar as dificuldades que, porventura, estão
afetando a vida do profissional.
Malgrado as conseqüências que o
absenteísmo provoca dificultando a concretização dos objetivos traçados e
afetando o desempenho do grupo, acreditamos que os profissionais de educação se
conscientizarão da necessidade cada vez mais premente de desempenhar suas
funções a contento. É o que a sociedade espera desses abnegados profissionais.
Para refletir:
“O professor medíocre diz; o professor bom
explica. O professor superior
demonstra. O grande mestre inspira.”
William Ward
“Não estudamos para vida, estudamos para a
escola. ”
Séneca
Do Mairi News