O ex-presidente Luís Inácio Lula
da Silva se defendeu, nesta sexta-feira (4), após a sua condução coercitiva na
24ª etapa da Operação Lava Jato. Em pronunciamento na sede do PT, Lula
relembrou a sai história, disse estar magoado, mas pregou o recomeço do PT.
“Embora esteja magoado, o que aconteceu hoje foi o que precisava acontecer,
porque vou levantar minha cabeça. Há muito tempo alguém faz o PT sangrar todos
os dias. A partir da semana que vem, quem quiser um discurso de Lula, é só acertar.
É preciso recomeçar, vamos recomeçar, fazendo as mesmas coisas. Estou disposto
a fazer a minha parte. Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça,
bateram no rabo”, metaforizou. Ainda de acordo com o ex-presidente, a condução
coercitiva foi desnecessária. “Enquanto muitos não faziam nada, nós lutávamos
pelo direito de greve, de liberdade de imprensa. Lamentavelmente, eles
preferiram usar prepotência, um show de pirotecnia. Enquanto uns advogados não
sabiam nada, alguns meios de comunicação já sabiam. É lamentável que o
judiciário trabalhe em conjunto com a imprensa”, acusou. Lula pediu ainda mais
respeito à sua família – sua esposa, Marisa Letícia, e seus filhos -. Para ele,
há uma tentativa de criminalização em curso. “Não há explicação para ir atrás
dos meus filhos. Eu quero dizer a Clara [funcionário do Instituto Lula]...
pedir desculpa. Hoje, ser amigo do Lula virou uma coisa perigosa; é preciso
criminalizar o PT e o Lula, pois esse cara pode continuar no governo. Eu só
consigo entender uma explicação para essas ações”, sugeriu. A presidente Dilma
Rousseff também foi lembrada por Lula no discurso. Para ele, estão impedindo a
mandatária de governar. “Eles estão de 26 de outubro de 2014 não permitindo que
Dilma governe esse país. Se tem alguém nesse país que precisa de autonomia, é a
presidente porque ninguém quer que ela governe. Estão acabando com a liberdade
dela de governar o país”, sugeriu, ao completar: "Só tem um jeito de
levantar a cabeça que é não ter medo". BN