Mr Ynet

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domingo, 25 de dezembro de 2016

Artigo do Professor Barros


PRAEFECTUS URBI

José Antonio da Silva Barros

A palavra prefeito vem do latim praefectus (posto acima dos outros). Na Roma antiga, o termo era usado para designar vários cargos incluindo os eletivos e os nomeados pelo imperador ou pelo senado. Dentre esses, o de maior relevância era o de praefectus urbi (prefeito da cidade), que era o magistrado encarregado de manter a ordem e a paz na capital do império. Com o decorrer do tempo, o vocábulo passou a designar o responsável  pelo poder executivo dos municípios.

No que concerne a palavra política, o termo é de origem grega (politikos) àquele que se dedicava ao governo da polis (cidade-estado). Através do latim se disseminou por todo o ocidente. No inicio,  tinha uma conotação pejorativa, depreciativa e até desagradável que mutatis mutandis continua até hoje. No inglês do século XVI politiciam designava aquele que recorria a intrigas, maquinações para prejudicar alguém e, consequentemente, obter por meios escusos, poder ou cargos públicos. Na Grécia antiga, tinha o sentido de estadista, ou seja, pessoa com atuação marcante e positiva na política e na administração pública. O mundo, ao longo da história, tem assistido exemplos de uns e de outros, mormente no nosso país que anda tão carente de valores éticos e morais.

Depois dessas rápidas digressões, vamos tecer algumas considerações sobre a atuação dos que estarão  na próxima legislatura exercendo os seus cargos, que-diga-se-de- passagem estão lá porque os eleitores decidiram.

Nas disputas democráticas pela busca do poder não há vencidos nem vencedores. O  vencedor se há é o povo, ou melhor, a própria democracia. Os governantes estão sempre sendo julgados. Como não poderia deixar de ser por serem seres humanos, estão sujeitos as todas as contingências, a todas as circunstância, a todas as fraquezas que podem escapar ao seu controle. Às vezes cometem disparates movidos pela insensatez. É bom lembrar que quando acertam e atingem os objetivos e que se propõem, o acerto é da sociedade. Quando erra, o erro é só seu, de homem, de administrador. Portanto, deve arrostar sozinho todas as consequências de seus atos como homem e como administrador.

É preciso não esquecer que a política é um desafio constante, um desafio que nunca se consegue lograr a vitória definitiva. É uma sucessão de problemas de toda ordem que estão sempre a exigir soluções. É uma luta contra tudo e contra todos, principalmente contra aqueles que nos detestam, nos odeiam e nos invejam. Uma das maiores virtudes de um político é, sem sombra de dúvida, conhecer a natureza humana, a fim de não se iludir e sofrer constrangimentos e decepções.

Aos que foram derrotados não cabe imputar a sua derrota a algumas pessoas que eles acreditam que o traíram. Foram as urnas que os rejeitaram. É preciso pensar bem nisso. Vale ressaltar que se houve culpados pelas suas derrotas foram suas ações, muitas vezes desastrosas, principalmente pelos seus assessores mais próximos que não tiveram a visão e a competência para detectar os pontos fracos da administração e reverte-los a tempo. Não é hiperbólico afirmar que muitos candidatos foram derrotados, ou melhor, rejeitados por pela maioria quase absoluta dos eleitores. Para estes, é o momentos azado para refletir e rever conceitos. Estamos no natal, natal é nascimento. Nascimento de novas vidas, novas situações e principalmente novas esperanças.