PRAEFECTUS URBI
José Antonio da Silva Barros
A palavra prefeito vem do latim
praefectus (posto acima dos outros). Na Roma antiga, o termo era usado para
designar vários cargos incluindo os eletivos e os nomeados pelo imperador ou
pelo senado. Dentre esses, o de maior relevância era o de praefectus urbi
(prefeito da cidade), que era o magistrado encarregado de manter a ordem e a
paz na capital do império. Com o decorrer do tempo, o vocábulo passou a
designar o responsável pelo poder
executivo dos municípios.
No que concerne a palavra
política, o termo é de origem grega (politikos) àquele que se dedicava ao
governo da polis (cidade-estado). Através do latim se disseminou por todo o
ocidente. No inicio, tinha uma conotação
pejorativa, depreciativa e até desagradável que mutatis mutandis continua até
hoje. No inglês do século XVI politiciam designava aquele que recorria a
intrigas, maquinações para prejudicar alguém e, consequentemente, obter por
meios escusos, poder ou cargos públicos. Na Grécia antiga, tinha o sentido de
estadista, ou seja, pessoa com atuação marcante e positiva na política e na
administração pública. O mundo, ao longo da história, tem assistido exemplos de
uns e de outros, mormente no nosso país que anda tão carente de valores éticos
e morais.
Depois dessas rápidas digressões,
vamos tecer algumas considerações sobre a atuação dos que estarão na próxima legislatura exercendo os seus
cargos, que-diga-se-de- passagem estão lá porque os eleitores decidiram.
Nas disputas democráticas pela
busca do poder não há vencidos nem vencedores. O vencedor se há é o povo, ou melhor, a própria
democracia. Os governantes estão sempre sendo julgados. Como não poderia deixar
de ser por serem seres humanos, estão sujeitos as todas as contingências, a
todas as circunstância, a todas as fraquezas que podem escapar ao seu controle.
Às vezes cometem disparates movidos pela insensatez. É bom lembrar que quando
acertam e atingem os objetivos e que se propõem, o acerto é da sociedade.
Quando erra, o erro é só seu, de homem, de administrador. Portanto, deve arrostar
sozinho todas as consequências de seus atos como homem e como administrador.
É preciso não esquecer que a
política é um desafio constante, um desafio que nunca se consegue lograr a
vitória definitiva. É uma sucessão de problemas de toda ordem que estão sempre
a exigir soluções. É uma luta contra tudo e contra todos, principalmente contra
aqueles que nos detestam, nos odeiam e nos invejam. Uma das maiores virtudes de
um político é, sem sombra de dúvida, conhecer a natureza humana, a fim de não
se iludir e sofrer constrangimentos e decepções.
Aos que foram derrotados não cabe imputar a
sua derrota a algumas pessoas que eles acreditam que o traíram. Foram as urnas
que os rejeitaram. É preciso pensar bem nisso. Vale ressaltar que se houve
culpados pelas suas derrotas foram suas ações, muitas vezes desastrosas,
principalmente pelos seus assessores mais próximos que não tiveram a visão e a
competência para detectar os pontos fracos da administração e reverte-los a
tempo. Não é hiperbólico afirmar que muitos candidatos foram derrotados, ou
melhor, rejeitados por pela maioria quase absoluta dos eleitores. Para estes, é
o momentos azado para refletir e rever conceitos. Estamos no natal, natal é
nascimento. Nascimento de novas vidas, novas situações e principalmente novas
esperanças.