A Bahia registrou o primeiro caso
da Covid-19 no dia 6 de março, poucos dias após o fim do Carnaval. Testes
confirmaram a doença em uma mulher de 34 anos, residente na cidade de Feira de
Santana, que retornou da Itália em 25 de fevereiro, com passagens por Milão e
Roma, onde aconteceu a contaminação. A mulher acabou contaminando sua empregada
doméstica, que passou a doença para a mãe e o padrasto.
Em Salvador, os primeiros casos
confirmados foram o de uma mulher de 52 anos, sua filha de 11 anos, com
registro de viagem recente à Espanha, e um homem de 72 anos, com viagem recente
à Itália.
Já a primeira morte ocorreu em 29
de março: um homem de 74 anos, residente em Salvador, que estava internado em
um hospital particular e tinha comorbidades associadas.
O boletim emitido pela Secretaria
Estadual de Saúde (Sesab) neste sábado (13), 100 dias após a confirmação do
caso em Feira de Santana, mostra a progressão da doença. Os números mais
recentes mostram que 35.788 testaram positivo para a Covid-19 na Bahia, e 1.069
delas perderam a vida para a doença.
LEITOS EXCLUSIVOS
No dia 29 de abril, a Sesab
começou a informar o número de leitos clínicos e de Unidades de Terapia
Intensiva disponíveis apenas para tratar casos do novo coronavírus em todo o
estado. Naquele dia, a Bahia tinha 785 leitos no total, 318 deles de UTI.
No boletim deste sábado, 13/06 esses
números chegaram a 2.060 e 866, respectivamente.
Com a ampliação de vagas pelo
governo do Estado e pelas prefeituras, o máximo que a ocupação de leitos
chegou, até o momento, foi de 60%. Em relação às UTIs, essa porcentagem atingiu
74%.
RECORDES
Desde o início da pandemia, o
boletim da Sesab que trouxe mais casos novos foi o de 5 de junho. Neste dia, a
Sesab acrescentou 2.740 doentes à lista, após uma atualização no preenchimento
de dados pelas secretarias municipais no sistema do Ministério da Saúde.
Notificações tardias também fizeram com que o boletim com mais mortes fosse o
de 24 de maio, que registrou 47 novos óbitos.
Porém, o recorde de mortes até o
momento aconteceu nos dias 22 e 26 de maio, quando 42 pessoas perderam a vida
para a Covid-19 em 24h. Os números destes dias ainda podem subir, já que
notificações tardias de mortes continuam a acontecer nos boletins mais
recentes.
O máximo de atraso registrado até
o momento foi o de uma mulher de 85 anos, residente em Salvador, que morreu em
um hospital público da capital baiana no dia 24 de abril. Sua morte só entrou
para a estatística da secretaria de saúde 35 dias depois, em 29 de maio.
SEM COMORBIDADES
Das mais de mil pessoas que
perderam a vida para o novo coronavírus, 152 delas não tinham nenhuma
comorbidade associada - o que geralmente aumenta as chances de mortalidade.
Três eram apenas crianças: uma de 7 dias, uma de três meses e outra de cinco
anos. Outras 65 vítimas tinham abaixo de 60 anos (outro fator de risco da
doença), incluindo um jovem soteropolitano de apenas 23 anos.
Dos 152 mortos que não
apresentavam nenhuma outra doença associada ao novo coronavírus, 96 eram homens
(63%).
Outros 96 óbitos aparecem nos
boletins da Sesab sem informações sobre comorbidades.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Desde o início da luta contra a
Covid-19 na Bahia, apenas 191 das 1.069 mortes aconteceram em hospitais
particulares em todo o estado. Pelo menos 9 pessoas não resistiram aos efeitos
da doença e faleceram em Unidades de Pronto Atendimento, antes da transferência
para um hospital habilitado.
Outras 30 pessoas, com idades
entre 36 e 91 anos, morreram em casa. Quatro delas não tinham nenhuma
comorbidade, e outras oito aparecem sem informações sobre comorbidades. BN