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domingo, 14 de junho de 2020

Cem dias de pandemia: Veja crescimento da Covid-19 desde primeiro caso na Bahia

A Bahia registrou o primeiro caso da Covid-19 no dia 6 de março, poucos dias após o fim do Carnaval. Testes confirmaram a doença em uma mulher de 34 anos, residente na cidade de Feira de Santana, que retornou da Itália em 25 de fevereiro, com passagens por Milão e Roma, onde aconteceu a contaminação. A mulher acabou contaminando sua empregada doméstica, que passou a doença para a mãe e o padrasto.

Em Salvador, os primeiros casos confirmados foram o de uma mulher de 52 anos, sua filha de 11 anos, com registro de viagem recente à Espanha, e um homem de 72 anos, com viagem recente à Itália.

Já a primeira morte ocorreu em 29 de março: um homem de 74 anos, residente em Salvador, que estava internado em um hospital particular e tinha comorbidades associadas.
O boletim emitido pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) neste sábado (13), 100 dias após a confirmação do caso em Feira de Santana, mostra a progressão da doença. Os números mais recentes mostram que 35.788 testaram positivo para a Covid-19 na Bahia, e 1.069 delas perderam a vida para a doença.

LEITOS EXCLUSIVOS
No dia 29 de abril, a Sesab começou a informar o número de leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva disponíveis apenas para tratar casos do novo coronavírus em todo o estado. Naquele dia, a Bahia tinha 785 leitos no total, 318 deles de UTI.

No boletim deste sábado, 13/06 esses números chegaram a 2.060 e 866, respectivamente.

Com a ampliação de vagas pelo governo do Estado e pelas prefeituras, o máximo que a ocupação de leitos chegou, até o momento, foi de 60%. Em relação às UTIs, essa porcentagem atingiu 74%.

RECORDES
Desde o início da pandemia, o boletim da Sesab que trouxe mais casos novos foi o de 5 de junho. Neste dia, a Sesab acrescentou 2.740 doentes à lista, após uma atualização no preenchimento de dados pelas secretarias municipais no sistema do Ministério da Saúde. Notificações tardias também fizeram com que o boletim com mais mortes fosse o de 24 de maio, que registrou 47 novos óbitos.

Porém, o recorde de mortes até o momento aconteceu nos dias 22 e 26 de maio, quando 42 pessoas perderam a vida para a Covid-19 em 24h. Os números destes dias ainda podem subir, já que notificações tardias de mortes continuam a acontecer nos boletins mais recentes.

O máximo de atraso registrado até o momento foi o de uma mulher de 85 anos, residente em Salvador, que morreu em um hospital público da capital baiana no dia 24 de abril. Sua morte só entrou para a estatística da secretaria de saúde 35 dias depois, em 29 de maio.

SEM COMORBIDADES
Das mais de mil pessoas que perderam a vida para o novo coronavírus, 152 delas não tinham nenhuma comorbidade associada - o que geralmente aumenta as chances de mortalidade. Três eram apenas crianças: uma de 7 dias, uma de três meses e outra de cinco anos. Outras 65 vítimas tinham abaixo de 60 anos (outro fator de risco da doença), incluindo um jovem soteropolitano de apenas 23 anos.

Dos 152 mortos que não apresentavam nenhuma outra doença associada ao novo coronavírus, 96 eram homens (63%).

Outros 96 óbitos aparecem nos boletins da Sesab sem informações sobre comorbidades.

OUTRAS INFORMAÇÕES
Desde o início da luta contra a Covid-19 na Bahia, apenas 191 das 1.069 mortes aconteceram em hospitais particulares em todo o estado. Pelo menos 9 pessoas não resistiram aos efeitos da doença e faleceram em Unidades de Pronto Atendimento, antes da transferência para um hospital habilitado.

Outras 30 pessoas, com idades entre 36 e 91 anos, morreram em casa. Quatro delas não tinham nenhuma comorbidade, e outras oito aparecem sem informações sobre comorbidades. BN