Após anunciar o início das aulas
em modo semipresencial na rede pública do estado, o governador da Bahia, Rui
Costa (PT), disse que os professores poderão ter o salário cortado pelos dias
que não comparecerem às unidades de ensino. A decisão contraria a APLB, Sindicato
dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, que protesta contra o retorno
às escolas antes que toda a categoria esteja imunizada com as duas doses da
vacina contra a Covid-19, o que a entidade estima que vá acontecer até a
primeira quinzena de agosto.
Ainda assim, o governo do estado
determinou a reabertura das escolas para este mês de julho (saiba mais aqui).
"Dia 26 as aulas retornam e, a partir daí, será contabilizada as presenças
para, evidente, implicar na remuneração dos professores que serão remunerados
com os dias que derem aula, assim como todo trabalhador é remunerado com os
dias que comparece ao seu trabalho", disse o governador, em entrevista ao
Jornal da Manhã desta quarta-feira (14).
Questionado pelo apresentador se
isso significaria corte de salário para os faltantes, ele frisou:
"exatamente". "No caso do servidor público, ele precisa faltar
30 dias seguidos para, eventualmente, responder por um processo administrativo
por abandono de emprego e, eventualmente, não ter mais seu emprego",
alertou, acrescentando não acreditar que a categoria não compareça às escolas,
pois, na avaliação dele, "a esmagadora maioria dos professores" está
sensível ao contexto de vulnerabilidade enfrentado pelos estudantes mais
pobres.
A declaração foi dada logo após o
telejornal exibir o posicionamento da APLB. O presidente do sindicato,
professor Rui Oliveira, disse que os colegas não vão atender ao chamado da
Secretaria de Educação do Estado (SEC) enquanto todos não estiverem
completamente imunizados.
Quanto a isso, o governador
afirmou que eles estão em situação de privilégio se comparados a outras
categorias profissionais. "Todos os trabalhadores do Brasil inteiro já
estão trabalhando e outros que ainda não estão, que organizam shows, eventos, estão
ansiosos pra trabalhar, então precisamos dar nossa parcela de contribuição. Os
professores, eu diria, têm reunido uma condição que nenhum outro trabalhador
reuniu. Ou seja, de ir à aula já vacinado. Muitos, eu vou dizer a grande
maioria, já com a segunda dose porque vários tomaram a segunda dose e mesmo que
uma parcela [esteja] como eu, que só tomei a primeira dose, e continuo
trabalhando", comparou.
Logo mais, na manhã desta quarta,
o secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, vai participar de uma coletiva de
imprensa virtual para prestar detalhar o retorno das aulas. BN