Meu pai contava que este avô era português, seu nome era Alexandre Teodoro Moreira. A história que meu pai conhecia e sempre contou pra gente é que ele, Jaime e Antônio nasceram na cidade de Pindobacu, no Estado da Bahia. Ainda bebês, foram abandonados pela mãe e levados pela avó paterna para Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Seu pai, José Moreira Souza, foi para São Paulo, constituiu outra família e nunca quis saber dele e dos irmãos.
Quando os meninos estavam com 8, 10 e 12 anos, meu avô foi ao Rio de Janeiro, trouxe os meninos para São Paulo, prometendo muitas coisas, mas ao chegarem em São Paulo, a única intenção dele era fazer os filhos de escravos, obrigando-os a horas exaustivas de trabalho na construção de uma casa na Freguesia do Ó. Meu pai dizia que ele, meu avô, já tinha outros filhos com sua atual mulher, Ana Ferreira, e que meu avô tratava todos com amor, inclusive os filhos dessa mulher, enquanto Antônio e Jaime eram tratados como lixo, passavam frio, fome, apanhavam, e a madrasta colocava palha de aço na comida deles, os humilhava. Quando eles tentavam buscar refúgio no pai, apanhavam ainda mais.
Ainda crianças, cada um dos três saiu da casa do meu avô e seguiu seu caminho, perdendo contato total um com o outro. O que eu gostaria de saber é se alguém conhece minha avó, Maria Trindade dos Santos, de Pindobacu, Mairi ou Jacobina. Ela foi casada com José Moreira Souza, filho de Alexandre Teodoro Moreira e Almerinda Augusta Lima, irmão de América Moreira Lima, José Moreira Souza e Lourival Moreira Lima. Tiveram três filhos: Nelson Moreira Souza, Jaime Moreira Souza e Antônio Moreira Souza. Há alguns anos atrás, um irmão do meu avô me disse que minha avó foi assassinada a facadas, ainda na década de 40, e que eu não procurasse saber nada dessa história, porque era algo muito triste.
Eu entrei em contato com os cartórios de Mairi, Pindobacu e Jacobina, na Bahia, e não achei nada. A minha avó existiu, existe, não sei. Meu tio Jaime ainda está vivo, e seria uma honra poder dar a ele o direito de conhecer sua história. Mesmo meu pai não estando mais aqui entre nós, eu e meus irmãos seria uma honra conhecer nossa história, temos valores tão lindos que certamente também são da nossa família paterna, e adoraria escrever um bonito fim para a triste vida do meu pai neste plano.
Texto: Viviane
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