Cidades
situadas na Chapada Diamantina e na região sudoeste devem ser contempladas com
uma chuva forçada, provocada por indução artificial em nuvens, para aliviar os
efeitos da seca que causam danos sociais e ambientais há meses no semiárido
baiano. O estado possui, hoje, 236 cidades com situação de emergência
reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional, das 417 existentes.
A medida foi
negociada entre a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do
Estado (Seagri), com consenso do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Inema), em reunião ocorrida na segunda-feira (14). O início do processo
depende agora da assinatura do contrato com a empresa prestadora do serviço, a
ModClima, prevista para acontecer nos próximos dias.
O
planejamento é que um avião percorra por 12 horas cidades das regiões
escolhidas. Se a técnica comprovar benefícios, já há perspectiva de ampliar o
acordo com a empresa para atuação em outras regiões que formam o semiário da
Bahia.
"Na
prática, um avião entra nas nuvens em potencial e as pulveriza com gotículas de
água potável maiores que o vapor, o que faz elas incharem e a água cair. Tudo é
correto em termos ambientais, não tem produtos químicos", explica o
secretário.
A aplicação
resulta em chuva de pequena intensidade, mas que pode servir para umedecer o
clima e o solo dessas localidades. "Não vai encher barragem e sim dar
alento, umidade ao solo, o que é bom para a agropecuária e para o consumo
humano. Não há expectativa de ver a barragem subir, por exemplo", explica.
O efeito da precipitação seria maior, no entanto, se o teste fosse realizado
até o mês de outubro, quando a formação das nuvens é mais madura. Por isso, a
possibilidade apontada pela empresa ao governo é de 40% de sucesso.
De acordo
com o secretário Eduardo Salles, as duas regiões iniciais foram definidas com
base na abrangência imediata e por ter aeroportos para dar suporte à aeronave,
no caso, em Ilhéus e Vitória da Conquista.