Proibição
foi determinada pelo Ministério Público Estadual em 2011. Moradores da cidade
pedem registro da 'festa' como Patrimônio Cultural.
Moradores de
Cruz das Almas, a 146km de Salvador, foram às ruas protestar contra decisão do
Ministério Público Estadual tomada ha quase um ano. Com a decisão, fabricar e
soltar espadas de São João na cidade virou crime. Com a proximidade da festa, o
que os moradores querem é que a guerra de espadas se torne Patrimônio Cultural
na região.
A proibição
foi determinada pelo órgão, em junho de 2011. O objetivo foi reduzir o número
de vitimas de queimados com a fabricação e o uso das espadas. Segundo a Santa
Casa de Misericórdia de Cruz das Almas, em 2010, quando não havia a proibição,
315 pessoas ficaram feridas durante os festejos juninos na cidade. No ano
passado, este número caiu para 79.
A tradição é
antiga, tem mais de 150 anos e é defendida pela maioria da população. "Se
acabar com as espadas vai acabar com o São João de Cruz das Almas", diz um
morador. "Tem que ter a guerra, um pouco disciplinada, mas tem que ter a
guerra", justifica outra moradora.
Seu Raimundo
Mendes é espadeiro há mais de sessenta anos. Ele admite que a atividade é
perigosa, mas só se for praticada sem os cuidados necessários. "Tem que
ter cuidado quando fabrica e ter cuidado para soltar. Olhar para onde vai
soltar para ver a bichinha rabiar", conta.