Depois do Outubro Rosa, que
intensificou a prevenção do câncer de mama nas mulheres, o Novembro Azul vem
chamar a atenção do público masculino para o tumor maligno de próstata.
Exclusivo do homem (a próstata é um glândula que só existe nele), esse tipo de
câncer é o segundo mais prevalente no gênero, perde apenas para os cânceres de
pele. Só para este ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê a
ocorrência de 68,8 mil casos novos no país, 12.930 no Nordeste, e 3.450 casos
na Bahia. O número de óbitos estimado pela enfermidade é de 13.129 no Brasil. O
preconceito e a falta de informação ainda são o maior inimigo para o controle
da doença, que quando diagnosticada em exames (toque retal ou laboratorial)
anuais tem 90% de cura. Quando o tumor é detectado em fases seguintes, a possibilidade
é bem desanimadora. “O problema é que muitos homens passam a vida inteira sem
fazer o exame, e quando o câncer se dissemina fica muito difícil recuperar o
paciente. É praticamente zero a possibilidade de cura”, diz o coordenador do
Serviço de Urologia do Hospital da Bahia, Juarez Andrade, em entrevista ao
Bahia Notícias. De acordo com o especialista, os baianos devem ficar atentos em
relação à doença pelo fato de haver maior incidência genética na raça negra.
Neste caso, Andrade recomenda o diagnóstico a partir dos 45 anos. O alerta vale
também para quem tem casos na família. Segundo o médico, contra o preconceito
ainda existente, campanhas de conscientização e a interferência de parceiras e
mulheres são aliadas na prevenção da neoplasia. No mês de novembro, o núcleo de
urologia coordenado por Andrade vai oferecer diagnóstico gratuito para homens a
partir dos 40 anos no Hospital das Clínicas, no Canela. Serão 80 vagas que
podem ser marcadas pelo telefone 8801 3638. Ainda segundo Andrade, em Salvador,
hospitais e clinicas também fazem o exame, e no interior, cidades de médio
porte são capazes de oferecer o diagnóstico.