A Prefeitura Municipal de Mairi,
através da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, vem a público
esclarecer que a supressão de algumas árvores exóticas na praça J.J. Seabra e
no povoado de Alagoinhas foi devidamente amparada em estudo técnico ambiental,
fundamentado na legislação, com o objetivo de reforma, requalificação e
construção de praças urbanas em nossa cidade.
As praças são partes integrantes
dos momentos de lazer e interações sociais de todas as comunidades, e frente a
isso, a Prefeitura vem se preparando para a realização de obras nas praças do
município desde o dia 01/06/2020, objetivando que esse espaço seja cada vez mais
saudável para a população.
Durante essas obras e visando a
manutenção do bem estar da população, a avaliação das árvores que farão parte
do projeto é de grande importância, sendo necessária inclusive a supressão de
alguns exemplares.
A supressão das árvores em
questão faz parte de um projeto paisagístico de revitalização das praças
urbanas, com a substituição de árvores que apresentem risco à comunidade (por
danificar calçadas e construções próximas ou por estarem podres, por exemplo),
que estejam plantadas em locais que serão utilizados como via pública (como as
ruas) ou por serem espécies de um grupo conhecido como espécies exóticas.
Espécies exóticas, ou
introduzidas, são espécies que não são encontradas naturalmente no ambiente em
que estão, que tenham sido trazidas para a região, e que de alguma maneira
trazem com elas a possibilidade de inúmeros efeitos negativos no ambiente em que
foi introduzida. Como efeitos negativos, as espécies exóticas podem causar a
exclusão de biodiversidade nativa, ocasionando sucessivos danos ao meio
ambiente.
Ao contrário disso, as espécies
nativas, além de cumprir o mesmo papel paisagístico na arborização urbana, são
capazes de atrair animais, principalmente aves, que se alimentam de seus
frutos, assim como, insetos atraídos pelo pólen e néctar.
No dia 03/06/2020, a empresa
responsável pela obra de reforma e requalificação da praça J.J. Seabra e da construção
da praça do Povoado de Alagoinhas, deu início à supressão de 20 (vinte) árvores
adultas, sendo 04 (quatro) indivíduos na praça J.J. Seabra e 16 (dezesseis)
indivíduos no povoado de Alagoinhas. Entre essas árvores suprimidas, estão:
Ficus (07 indivíduos), Nim (06 indivíduos), Algaroba (05 indivíduos),
Amendoeira (01 Indivíduo) e Gameleira (01 indivíduo).
É importante destacar que todas
as árvores suprimidas, fazem parte desse grupo de espécies exóticas. Algumas
informações sobre elas são importantes e podem ser vistas a seguir:
1) Ficus (Ficus benjamina) –
Espécie exótica de origem Asiática. Bastante utilizada em Centros urbanos,
porém apresenta como características negativas a semente, que pode ser venenosa
para aves e pets, além de impedir o crescimento de outras árvores próximas
através da dispersão de suas sementes por meio dos frutos. Além disso, possui
um Látex venenoso, podendo causar irritação na pele de quem tiver contato e
pode alcançar 30 (trinta) metros de altura e raízes agressivas que podem
danificar as calçadas, rompimento e ou entupimento de tubulações, além de
prejudicar a iluminação natural e artificial das ruas.
2) Nim (Azadirachta indica
A.Juss) – Espécie exótica tem origem asiática e foi introduzida no Brasil por
volta de 1986. O Nim tem efeito de inseticida natural, que afasta ou impede o
crescimento de inúmeros insetos, gerando desequilíbrio na cadeia alimentar.
Além disso, o rápido crescimento impede o crescimento de outras espécies
nativas que porventura estejam próximas.
3) Algaroba (Prosopis juliflora)
– Espécie exótica com origem no Peru, introduzida no sertão nordestino ainda na
década de 40. Por sua resistência à seca, ganhou bastante vantagem para se
estabilizar na caatinga, sendo plantada em quase todo o sertão nordestino.
Todavia, impede o crescimento de outras árvores menores ou mais jovens de outra
espécie por conta do sombreamento de sua copa e o consumo excessivo de água, que
esgota as fontes disponíveis.
4) Amendoeira (Terminalia catappa
L.) – Espécie Exótica de origem Asiática. Muito utilizada em centros urbanos
por sua sombra, tem como efeito negativo a capacidade de impedir o
estabelecimento de outras espécies ao seu redor.
5) Gameleira (Ficus sp.) –
Espécie brasileira, porém, não é natural na caatinga. Seus efeitos negativos
geram até o nome que essa espécie é conhecida, como Mata-pau. Esse nome vem por
causa da sua reprodução, em que os frutos levam as sementes, que podem gerar
novas árvores em cima do tronco de árvores mais antigas, incluindo outras
espécies. Sendo assim, a Gameleira quando em crescimento sufoca outras espécies
nativas próximas e dominam aquela região em decorrência da morte da espécie
nativa.
O uso de espécies nativas não só
pode como deve ser estimulado pelo setor público, não só por apresentar a mesma
capacidade paisagística das exóticas, mas por apresentar conforto ambiental e
favorecer a manutenção das relações entre plantas e animais. Existem diversas
plantas nativas como os Ypês, Fedegoso, Quaresmeira, entre outras, que
apresentam com copas grandes, flores vistosas e cores características na nossa
região e o uso dessas espécies só trazem benefícios para todos nós e para o
meio ambiente.
Diante disso, a Prefeitura
Municipal de Mairi ao assumir o compromisso de revitalização dos centros urbanos
do município, exigiu que na elaboração do projeto de engenharia de reforma,
requalificação e construção de praças fizesse constar o plantio de árvores
nativas, uma vez que é compromisso ambiental da gestão, além disso, o contato
da população com a vegetação nativa em centros urbanos desperta a percepção
ambiental, identidade e pertencimento de um povo.
Esclarecemos também, que na
última sexta-feira, dia 05/06/2020, recebemos técnicos do Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), os quais após visita in loco, constataram
que todas as espécies retiradas são de origem exótica, conforme mencionado
acima, além de analisar, previamente, que os procedimentos foram realizados com
a devida observância aos critérios e estudos ambientais. Os técnicos coletaram
documentos e informações para confecção de relatório.
Sendo assim, a Prefeitura
Municipal de Mairi, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente,
reitera o seu compromisso ambiental de criar perspectivas afetivas de memória
coletiva entre a população e a vegetação nativa da nossa região.