Dizem os moradores que a capela
da Santa Cruz do Monte Alegre, como ainda a designam, é o cartão postal da
cidade de Mairi. Realmente. Qualquer que seja o ponto de quem se aproxima da
cidade, a primeira vista que se descortina é a beleza mística da capela lá no
alto, dominando extenso e vasto panorama. Assentada a cavaleiro na parte mais
proeminente do monte, a capela tem dimensões reduzidas, com nave de dez por
quatro metros e dividida em duas partes, separadas por um arco.
Na parte menor, posterior, encontra-se
uma mesa , como por um altar, com alguns objetos e encostado à parede, um
grande crucifixo, que chega até o alto. A esquerda, no ângulo da parede, um
nicho protegido por grade de ferro e onde estão dispostos os santos gêmeos
Cosme e Damião. Há, na parede lateral esquerda, uma prateleira inteiramente
ocupada por estampas e quadros com molduras de santos, fitas, terços, ex-votos
de madeira, pano e cera, representando partes anatômicas humanas: pernas,
braços, mãos e pés.
No final do século XVIII as
freguesias mais próximas do núcleo de moradores então existente eram Sant 'Ana
de Camisão, criada em 1753, e Santo Antônio de Jacobina, em 1758. Os
missionários frades capuchinhos, liderados por frei Apolônio de Todi, sabedores
desse pequeno aglomerado de pioneiros, foram em sua busca e cumprindo sua
missão, lá se apresentaram a semear a sua fé é a sua religião, e auxiliados
pelos moradores edificaram o santuário para perpetuar a sua visita e a sua
crença.
Houve tempo em que se realizavam
romarias para assistir missa de penitência, quando em época de longas estiagens
e para lá convergiam milhares de fiéis.
Toca da onça
No mesmo monte, cerca de trinta
metros abaixo da parte frontal da capela, encontra-se a falada Toca da Onça.
Para lá chegar, a sua descida é íngreme e escarpada. A gruta se abre numa
galeria estreita, que sobe em declive, mais ou menos por uns dez metros, saindo
na parte superior por um rasgão angusto, dificilmente dando passagem a uma
pessoa.
Do Mairi News