O ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza foi
condenado a 22 anos e 3 meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza
Samudio e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Dayanne
Rodrigues, ex-mulher do jogador, foi absolvida da acusação de sequestro e
cárcere privado do bebê.
O júri popular formado por cinco mulheres e dois homens
condenou o ex-jogador no início da madrugada desta sexta-feira (23), no Fórum
de Contagem, em Minas Gerais. Bruno foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime
fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso
de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em
regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses
por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o ex-atleta foi
considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador.
A sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues foi lida
em 19 minutos. Em sua decisão, ela disse que a personalidade de Bruno "é
desvirtuada e foge dos padrões mínimos de normalidade" e destacou que
"o réu tem incutido na sua personalidade uma total incompreensão dos
valores".
A magistrada afirmou
ainda que "a execução do homicídio foi meticulosamente calculada" e
que "Bruno acreditou que, ao sumir com o corpo, a impunidade seria
certa". Por fim, lembrou que, assassinada, "a vítima deixou órfão uma
criança de apenas quatro meses de vida". Eliza Samudio desapareceu em 2010
e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho
recém-nascido do goleiro, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular
do Flamengo e não reconhecia a paternidade.