As declarações incessantes do
presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), de
que quer ser candidato, mas como indicado do governador Jaques Wagner (PT), não
estão em sintonia com o discurso de caciques da legenda.
Em entrevista ao Bahia Notícias,
vários integrantes do PDT sinalizaram que preferem uma candidatura própria para
o governo do Estado. O presidente nacional Carlos Lupi declarou ao Bahia
Notícias que a indicação é de que o “partido tem peso e deve ser, pelo menos, uma
alternativa”, mas depois assegurou que a candidatura própria é a indicação da
executiva nacional para todos os estados.
O presidente estadual do PDT,
Alexandre Brust, foi mais evasivo e disse que não pode bater o martelo sobre o
que vai acontecer até a eleição do ano que vem. No entanto, ele relatou que no
congresso do PDT, mês passado, “foi aprovada a resolução de que o partido terá
candidatura própria em todos os estados e onde não tiver apoiará a legenda que
abrir prioridade”. Brust ainda deu uma dica e um aviso, novamente: “Na Bahia
temos candidato, Marcelo Nilo”.
O mais incisivo foi o deputado
federal Félix Mendonça Jr. (PDT-BA), que pediu até que a legenda entregue os
cargos no Executivo. “O que a bancada federal acha é que o partido deveria se
desvincular de secretarias e ministérios, mas trabalhar com o governo da mesma
forma, sem fisiologismo”, pontuou o parlamentar, que também cobrou de Marcelo
Nilo uma posição mais firme, mesmo sem o apoio de Wagner.
“Deve ser e pronto. Bater o pé e
dizer: ‘sou eu e acabou’. Ele não deve é desistir. Partidos devem ter
candidatura própria, para isso tem dois turnos. Se não deu certo, apóia um dos
dois que tiveram melhor resultado [no primeiro turno], se não for o nosso.
Deveria ser a regra normal”, sugeriu Mendonça. Outro posicionamento uníssono
dos pedetistas foi o de minimizar as disputar internas por uma suposta
imposição da candidatura de Nilo e o uso do tempo de televisão. Brust afirmou
que “não tem conhecimento de ninguém insatisfeito”.
Já Mendonça declarou que a
questão do tempo de TV está resolvida, já que cedeu o espaço para Nilo no
primeiro semestre e vai ganhar o retorno neste segundo semestre. Atualmente, o
PDT ocupa duas secretarias no governo: a de Ciência e Tecnologia, com Paulo
Câmera, e a de Administração Prisional, com Nestor Duarte.