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terça-feira, 28 de abril de 2015

Rui Costa tenta patrocínio para garantir o São João

A dois meses do São João e em meio a uma grave crise econômica, o governador Rui Costa (PT) corre atrás do patrocínio de bancos públicos e cervejarias para bancar os festejos juninos em municípios baianos.

Não bastasse isso, a Petrobras, grande patrocinadora em anos anteriores – agora protagonista do escândalo de corrupção investigado na Operação Lava Jato -,  ainda não disse se investirá nas festas este ano. Em 2014, governo e Petrobras investiram, juntos, R$ 21,7 milhões.

Por sua vez, prefeituras temem ter que cancelar ou reduzir o São João, dependentes de convênios com a Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado – Bahiatursa. Alguns prefeitos já estão apelando para que “um milagre” salve a festa.

“Nós estamos buscando que esses atores privados aportem valores maiores, que possam compensar uma eventual diminuição (de recursos) do estado”, afirma o governador.

Segundo Rui, já foram iniciadas conversas com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Schin e Coca Cola, entre outros possíveis patrocinadores. Nenhum deles, porém, anunciou se pretende investir no São João e em que medida.

O governador diz que aguarda nos próximos dias a entrega de projeto, elaborado pela Secretaria de Turismo, para apresentar aos bancos e empresas. “Enviarei o projeto para saber qual será a contribuição de cada um, e a partir daí, ter um parâmetro de quanto o estado vai ter que entrar”, afirma Rui. A TARDE entrou em contato com empresas e bancos, mas nenhum deles respondeu até o fechamento desta edição.
O que já está certo, de acordo com Rui, é que o estado não poderá de forma alguma ultrapassar o valor gasto em 2014. O superintendente da Bahiatursa, Diogo Medrado, diz que, em 2014, o governo investiu no São João cerca de R$ 14 milhões – dos quais R$ 6 milhões em convênios com prefeituras e R$ 8 milhões para o São João no Pelourinho, em Salvador.

Conforme a Bahiatursa, 163 municípios baianos receberam recursos no ano passado. Segundo Medrado, há ainda conversas com outros cinco “parceiros” para um possível patrocínio, além dos citados pelo governador. O superintendente, porém, não quis identificar nenhum deles.

Petrobras
Na última semana, a Petrobras – que investiu em 2014 R$ 7,7 milhões no São João de 130 municípios baianos – divulgou um balanço do exercício de 2014, com um prejuízo de R$ 21,587 bilhões. A estatal informou ainda uma perda de R$ 6,194 bilhões por corrupção, investigada pela Operação Lava Jato .

A situação da companhia deixa em dúvida um patrocínio ao São João baiano de 2015. “A Petrobras está no meio desse turbilhão aí. Eu já liguei para o presidente e pedi para a gente conversar, para ver o quanto eles podem ajudar”, revelou, ainda, o governador Rui Costa.

“A informação que a gente tem é que a Petrobras vai reduzir o investimento, mas vai se fazer presente”, afirma Medrado. Por meio de nota, a estatal petrolífera informou que ainda não definiu sua estratégia para a ação de patrocínios relativa ao São João 2015.

Prefeituras
Uma das prefeituras que recebeu patrocínio da Petrobras para a realização do São João em 2014 foi Jaguaquara. Foram cerca de R$ 50 mil, segundo o prefeito Giuliano Martinelli (PP). Este ano, porém, só um “milagre” garantirá a festa de São João no município, diz ele.

“Acredito que não virá nada da Petrobras, todo mundo está alegando crise. Ninguém hoje tem condições de arcar com a festa apenas com recursos próprios”, diz Martinelli. Em Riachão do Jacuípe, a prefeita Tânia Matos (PDT) afirma que fará um São João “mais simples”. “Vamos fazer apenas com artistas locais. As prefeituras estão em crise. Tem mês em que o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) vem zerado”, diz a prefeita.

Em situação de emergência, algumas cidades já anunciaram o cancelamento do São João. Em Sento Sé, o cancelamento ocorreu por causa da seca, e em Candeias, devido às chuvas que atingiram a cidade. (Fonte: A Tarde)