Este
ano esse é o 28º ataque a instituições bancárias na Bahia
A
população de Ipirá, cidade localizada a 202 quilômetros de Salvador, acordou na
madrugada desta sexta-feira (04) com fortes explosões e rajadas de tiros. Cerca
de 25 bandidos fortemente armados, colocaram fogo em um veículo em frente a
sede da 98ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) e em seguida,
explodiram as agências dos bancos Bradesco e do Brasil.
Moradores
relatam que depois de explodir o Bradesco, os criminosos fizeram passageiros de
um ônibus que leva pacientes para tratamento de saúde em Salvador como reféns.
Eles retiraram as mulheres do veículo e levaram os homens no veículo para a
frente do Banco do Brasil.
“Eu
estava dormindo. Me assustei, minha filha me acordando, dizendo que estava
tendo um tiroteio, mas na verdade foram as explosões. Saí de minha cama e fui
para o quarto de minha filha de medo. O povo começou a acompanhar tudo na
internet. Eram barulhos muito fortes. Um bombão. Depois escutei uns tiros e na
internet disseram que era a hora que eles estavam saindo. Ainda não saí de
casa. Estou tomando conta de minha neta. Por precaução não houve aula na escola
municipal perto do local das explosões, na praça, que está interditada para
fazer perícia. Até agora não houve nenhum reforço policial. O negócio foi feio.
Passageiros que iam fazer hemodiálise em Salvador foram feitos reféns. Pegaram
os homens e soltaram as mulheres – dois velhinhos que estavam no meio foram
mandados embora”, conta uma dona de casa, de 62 anos, que mora na cidade.
De
acordo com moradores, era por volta das 1h30 quando homens armados fizeram os primeiros disparos na entrada da
cidade.O microempresário Lidenor Araújo, 30, que mora a pouco metros da entrada
da cidade, conta que acordou com o barulho de três rajadas de tiro.
"Eu
não sabia o que estava acontecendo e acordei assustado com os tiros. Logo em
seguida, após os primeiros disparos, uns 10 minutos depois, escutei a primeira
explosão. O barulho veio da direção do centro da cidade. 15 minutos depois
aconteceu a segunda explosão", conta Lidenor.
Os
bancos ficam distante cerca de 2 km da entrada principal. Moradores contaram
ainda que, antes das explosões, o grupo de criminosos se dividiu. Uns
continuaram na entrada principal, dando reforço, enquanto um outro seguiu em
direção à delegacia da cidade - onde queimaram um veículo. O grupo responsável
pelas explosões, a caminho das agências bancárias, fizeram moradores reféns.
"No
caminho tinha alguns moradores que estava aguardando um ônibus que sairia para
Salvador. Os bandidos renderam eles, liberando as mulheres e continuando com os
homens", conta um outro morador que preferiu não se identificar.
Ainda
segundo ele, os reféns foram obrigados a assistir toda a ação e só foram liberados
cerca de 6 km depois da cidade, em um povoado conhecido como Pau-Ferro, às
margens da BR-101 (Estrada do Feijão), sentido Salvador.
Não
há informações sobre feridos. Com essas duas novas agências atingidas, este
ano, esse é o 28º ataque a instituições bancárias na Bahia. Em outras cidades,
o fluxo de reabertura de agências é bastante lento. O CORREIO procurou
moradores das 19 cidades onde as outras 25 agências ou caixas eletrônicos foram
explodidos por bandidos. Entre 17 casos, 11 agências não voltaram a funcionar e
dez reabriram. Outras quatro instituições não foram localizadas.
Texto: CorreiosFotos: WhatsAPP