O presidente
Michel Temer disse nesta sexta-feira (25) que acionou forças federais para
desbloquear estradas, ocupadas por caminhonheiros em greve. Ele fez um
pronunciamento no Palácio do Planalto.
"Comunico
que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e
estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo", disse o
presidente.
"Não
vamos permitir que a população fique sem gêneros de primeira necessidade. Não vamos
permitir que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas. Não vamos
permitir que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento de escolas. Como não
vamos permitir que produtores tenham seu trabalho mais afetado", afirmou
Temer.
Temer
tomou a decisão depois de se reunir com ministros para uma "avaliação de
segurança" sobre a situação no país, já que a greve dos caminhoneiros
continuou, apesar do acordo firmado entre governo e representantes da categoria
na noite de quinta (24).
A
paralisação caminhoneiros chegou ao quinto dia, com bloqueios de rodovias em
protesto contra a alta do diesel e a política de preços da Petrobras, em vigor
desde julho de 2017.
Temer
disse que o governo atendeu os pedidos dos caminhoneiros, mas, segundo ele, uma
"minoria radical" dos grevistas não quis cumprir o acordo.
Em
razão da paralisação, há registros de falta de alimentos em supermercados e de
combustível em postos de gasolina, o transporte coletivo em diversas cidades
foi afetado, indústrias pararam atividades e voos começaram a ser cancelados
por falta de combustível nos aeroportos.
O
governo federal e representantes de caminhoneiros anunciaram proposta para
suspender a greve por 15 dias. Contudo, as manifestações continuaram pelo país.
Mais
cedo, Padilha afirmou que é preciso "dar um tempo" aos caminhoneiros,
pois o fim da greve não ocorre de forma imediata. O ministro afirmou que o
governo "confia" que a categoria vai cumprir o acordo nos próximos
dias.
Na
quinta, entre outros pontos, o governo propôs aos caminhoneiros manter a
redução de 10% do preço do óleo diesel nas refinarias e reajustar o preço com
periodicidade mínima de 30 dias.
A
partir disso, a cada 30 dias, a Petrobras vai estipular o preço que será
cobrado nas refinarias ao longo do mês. A União vai compensar a Petrobras por
eventuais perdas e a estimativa é de que repasse R$ 4,9 bilhões à estatal até o
final do ano. globo.com