O
governo federal anunciou na noite desta quinta-feira (24) um acordo com os
caminhoneiros para suspender, por 15 dias, a paralisação que afetava estradas
de 22 estados e do Distrito. O anúncio foi feito após sete horas de reunião
entre a alta cúpula governista e um grupo de representantes da categoria.
Integrantes de uma associação, no entanto, disseram que manterão o movimento.
Segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o acordo foi possibilitado
pela decisão de manter o preço do diesel por 30 dias, ao contrário da política
praticada atualmente pela Petrobras, que permite reajustes a qualquer momento,
sem periodicidade definida. Já o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse
que, durante 15 dias, a Petrobras vai assumir os custos com a redução de R$
0,23 centavos no valor do litro do diesel. “A partir do 15º dias, vamos
[governo] assumir o restante dos 15 dias para completar o mês. Completado o
mês, você vai fazer um reajuste dos preços com base na política da Petrobras e
fixa o preço nos próximos 30 dias”, explicou. Ainda segundo ele, a Cide será
reduzida a zero neste ano. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun,
no entanto, ressaltou que não houve mudança na política de preços da Petrobras.
“A política de preços da Petrobras continua intacta até a porta da refinaria
para frente”. Já Guardia ponderou: “A nossa referência é sempre o preço do
diesel nas refinarias. Estamos falando apenas no diesel.” O ministro da Fazenda
anunciou também que o governo vai criar um programa de subvenção econômica para
que possa bancar a diferença entre o preço que está fixado e o preço que seria
praticado pela política da Petrobras. "Do ponto de vista fiscal, é uma
despesa fiscal que vai requerer dotação orçamentária específica. Vamos abrir um
crédito extraordinário. Por ser uma despesa nova, ela vai ter que ser
compensada nas despesas do Orçamento da União para manter a meta fiscal. Do
ponto de vista fiscal, vai ser compatível com a nossa meta”, disse. (Atualizada
às 21h47)