Todas
as 13 pessoas que estavam na caverna Tham Luang, no norte da Tailândia, foram
retiradas com apoio de dezenas de mergulhadores. Os últimos quatro meninos e o
técnico do time de futebol saíram do local nesta terça-feira (10), o terceiro
dia de resgate e o mais desafiador, porque chovia e havia mais pessoas a serem
resgatadas.
Entenda
o caso
- 12
meninos, entre 11 e 16 anos, e o técnico entraram na caverna no dia 23 de
junho, para se proteger da chuva. A chuva ficou intensa e a água subiu muito
rápido. Eles ficaram isolados e sem comida por 9 dias. Foram encontrados no dia
2 de julho, debilitados e com muita fome.
-
Resgate durou 3 dias: começou no domingo (8) e terminou na terça (10). Cada
menino foi conduzido por 2 mergulhadores e usou máscara facial de oxigênio.
- O
percurso do ponto onde estavam até a entrada da caverna dura 6 horas. Eles
estavam em um trecho que tem entre 800 m e 1 km de profundidade. Vários trechos
são muito estreitos, com água turva e baixa visibilidade.
- 90
mergulhadores participaram do resgate: 50 estrangeiros e 40 tailandeses. Ao
todo, mais de 1 mil pessoas fizeram parte dos trabalhos.
-
Resgatados foram levados de helicóptero para hospital, onde vão ficar em
quarentena e observação.
A
dramática situação dos meninos presos na caverna comoveu o mundo. Doze garotos
entre 11 e 16 anos e seu técnico de futebol entraram no local há 17 dias e só
puderam sair depois de uma operação de resgate que envolveu 1 mil profissionais
vindos de várias partes do mundo.
A
missão era muito difícil: os estreitos, lamacentos e inundados caminhos eram um
desafio até mesmo para mergulhadores experientes, que levavam cerca de seis
horas para percorrer 4 km até onde estava o grupo. Um deles morreu após levar
suprimentos aos meninos, que ficaram presos uma encosta cercada de água.
As
equipes de resgate chegaram a considerar tirá-los pela superfície da montanha,
mas a profundidade era grande demais – entre 800 m e 1 km. E ainda havia risco
de desmoronamento caso o solo fosse perfurado. Drenar toda a água também era
uma opção, mas os esforços tinham pouco resultado – milhões de litros de água
eram bombeados para fora da caverna, mas a chuva impedia o avanço do trabalho.
O
governo tailandês também considerou esperar meses até que o nível da água
baixasse, já que a saída pela água seria muito arriscada. Mas, durante o fim de
semana, a chuva deu uma trégua e a operação de resgate foi colocada em prática.
A queda no nível de oxigênio na cavidade subterrânea e a elevação do dióxido de
carbono também pressionaram as equipes abreviar o resgate.
As
equipes começaram a esvaziar o entorno da caverna para a operação de resgate
ainda no fim da noite de sábado (7). Os mais de 1 mil jornalistas que
acompanham o resgate tiveram que se afastar da região. Nesta terça, um
jornalista estrangeiro foi detido pela polícia por colocar um drone para
sobrevoar a entrada da caverna enquanto aconteciam as operações de resgate.
Além
da Marinha, líderes internacionais, como o presidente Donald Trump e a premiê
Theresa May, comemoraram o sucesso da ação.
Atendimento
aos meninos
Ao
sair da caverna, os resgatados foram atendidos em um hospital improvisado. Em
seguida, foram transferidos de ambulância para um helicóptero, onde foram
levados ao hospital da província de Chiang Rai, que fica a cerca de 70 km.
Nesta
terça, houve uma certa demora em transferir os meninos para o helicóptero, mas
três ambulâncias foram vistas deixando o local, de acordo com a BBC.
O
primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-o-chau, afirmou que os meninos
receberam ansiolíticos (calmantes) antes de serem levados à superfície, segundo
o “The Guardian”. Nos últimos dias, resgatados foram vistos chegar à superfície
em macas.
As
oito primeiras crianças trazidas para a superfície permanecem internadas, mas
passam bem. Elas estão em quarentena para evitar alguma infecção já que a saúde
do grupo ficou fragilizada por um longo período de jejum forçado. G1