Uma câmera
de segurança registrou o momento exato em que a Barragem 1 da Mina Córrego do
Feijão, da Vale, se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte. As imagens a que a TV Globo teve acesso foram cedidas pela
mineradora a autoridades que investigam a tragédia.
Em nota
divulgada nesta sexta-feira (1º), a Vale informa que disponibilizou as imagens
às autoridades um dia depois do rompimento da barragem – o que aconteceu em 25
de janeiro – e que não divulga vídeos da ocorrência "para não prejudicar
as investigações e, sobretudo, em respeito aos atingidos e familiares"
Eram
12h28min25s de sexta-feira (25) quando a parte inferior do reservatório começou
a ceder e liberou uma avalanche devastadora de rejeitos de mineração.
Em três
minutos, tudo que estava abaixo da barragem foi completamente engolido pela
lama, ao longo de uma distância de quilômetros.
Rapidamente,
o "tsunami" destruiu parte do centro administrativo e do refeitório
da Vale, máquinas de mineração, trem, uma ponte, casas, pousadas e currais. A
vegetação e rios foram atingidos.
O mar de
lama causou uma tragédia humana.
Números da
tragédia
115 mortos
confirmados – 71 identificados (veja a lista)
248
desaparecidos (veja a lista)
192
resgatados (veja a lista)
395
localizados
108
desalojados ou desabrigados
Um outro
vídeo também flagrou a onda descendo pela mina. Primeiro, aparece uma poeira do
lado esquerdo da imagem – ela sobe e se alastra. Depois, vem a lama.
Ao centro
centro, veem-se uma estrutura da Vale, veículos e alguns funcionários da
mineradora. Condutores de um veículo branco e de uma máquina tentam escapar,
mas são cercados pelo mar de lama e somem.
Os corpos
resgatados até o momento em Brumadinho estavam em regiões superficiais. A
partir de agora, o trabalho das equipes de resgate dependerá de escavação. A
operação precisará da estabilização do solo, o que deve torná-la mais lenta.
Desde sábado
(26), não são achados sobreviventes. Para os bombeiros, é muito pequena a
possibilidade de achar alguém vivo em meio ao mar de lama.
Nesta
quinta, o porta-voz dos bombeiros afirmou: "Nós próximos dias, com certeza
o número de corpos [encontrados] aumentará. Entretanto, a velocidade de avanço
diminui, porque o trabalho é mais minucioso". G1