O aplicativo WhatsApp detectou uma vulnerabilidade em seu sistema que permitia que hackers instalassem um spyware, um software de espionagem, em alguns telefones. Com isso, os hackers acessavam os dados guardados no aparelho.
A empresa, que pertence ao Facebook, confirmou a falha nessa segunda-feira (13) e passou a recomendar que os usuários atualizem o app para a versão mais recente. Além disso, o 1,5 bilhão de usuários do WhatsApp em todo o mundo devem manter seu sistema operativo como medida de "proteção" ao longo desta terça-feira (14).
Segundo informações do G1, o aplicativo admitiu que "dezenas" de telefones foram afetados e que as vítimas foram escolhidas "especificamente", e não em grande escala. Como o software instalado ilegalmente "se assemelha" à tecnologia desenvolvida pela empresa de cibersegurança israelense NSO Group, o WhatsApp a aponta como principal suspeita da espionagem.
A tal falha foi descoberta pelo aplicativo no início deste mês quando eles trabalhavam para melhorar a segurança das chamadas de áudio. Eles concluíram que os hackers faziam uma ligação através do aplicativo e, mesmo que o destinatário não respondesse à chamada, um programa de spyware era instalado nos dispositivos. Em muitos casos, a chamada até desaparecia do histórico do aparelho, então se o usuário não visse a chamada entrar, ele nem saberia que foi afetado.
No entanto, os programadores ainda não sabem quanto tempo durou a espionagem.
O WhatsApp ressalta que, assim que tomou conhecimento dos ataques, alertou organizadores de Direitos Humanos, que estavam entre as vítimas de espionagem, empresas de segurança cibernética e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
De acordo com a publicação, o fato de organizações em defesa dos Direitos Humanos estarem entre as vítimas só reforça o envolvimento do Grupo NSO, já que no passado o software deles foi utilizado em ataques contra esse tipo de entidade. Agora, os telefones afetados foram tanto do sistema Android quanto do sistema iOS.