Um lance na partida entre
Chapecoense e Atlético-MG, na noite do último domingo, chamou a atenção dos
internautas. Em um escanteio cobrado por Diego Torres, aos 41 minutos do
segundo tempo, a bola parece quicar no ar (veja no vídeo acima). Em campo, a
Chape foi derrota por 2 a 1, de virada.
O lance é imperceptível se visto
por um outro ângulo de filmagem. A equipe de transmissão sequer reparou no
efeito diferente que a bola tomou durante o jogo.
- Na hora não reparei. Não tinha
como, mas se tivesse reparado eu teria falado isso na hora, sem dúvida. Isso é
coisa do Sobrenatural de Almeida. Acho que teria que mandar para o detetive do
Fantástico. Fantasma? Nunca vi não - brincou o narrador Daniel Pereira.
Três cinegrafistas do Grupo
Globo, acostumados a trabalhar em transmissões de jogo, ficaram intrigados com
a imagem. Descartaram qualquer tipo de "ilusão de óptica" ou defeito
na câmera e apontaram uma "forte corrente de ar" como o motivo mais
provável - ainda que, ressaltam, nunca tenham visto nada com tamanha força,
principalmente pelo fato de a bola ter subido com o "sopro", não
caído ou desviado para o lado.
A física explica (ou quase)
Segundo o professor de física do
Instituto Federal de Santa Catarina, Alencar Migliavacca, é possível encontrar
uma explicação física para o fenômeno, mas apenas com um estudo mais
aprofundado do caso. Inicialmente, ele descartou algo conhecido como efeito
Magnus, o mesmo que explica a curva na bola em um saque no voleibol, por
exemplo.
A aposta do professor é que uma
corrente de ar ocasionou a mudança de direção da bola.
- Em princípio, não parece efeito
Magnus, o mesmo efeito que faz a bola fazer a curva em um chute devido ao
movimento de rotação dela, pois foi muito repentino. Parece uma colisão com
algo naquele momento, o que seria possível, mas não parece haver nada de
aproximando ou se afastando logo após o evento. É bem provável que tenha
ocorrido uma corrente de ar naquela direção no momento que, por diferença de
pressão, aplicou uma força na bola mudando seu vetor velocidade - disse. G1