Na noite desta terça-feira (16),
quando o mundo celebra 50 anos desde que a missão Apollo 11 decolou da Terra
rumo à Lua, o Brasil poderá ver um eclipse lunar parcial. O fenômeno ocorre
quando Sol, Terra e Lua se alinham, e nosso planeta faz sombra sobre o
satélite.
O eclipse poderá ser visto a
partir das 17h01 (horário de Brasília) e, no total, terá duração de mais de
cinco horas, parecido com o que ocorreu em janeiro deste ano.
"O eclipse lunar, em geral,
dura bastante tempo. Desta vez será em um horário bom, porque vai ser próximo
do pôr do sol, e a Lua vai estar em uma posição relativamente alta no
céu", disse ao G1 Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo da UFRJ e membro
da Sociedade Astronômica Brasileira.
Programe-se (horários de
Brasília):
A duração da fase de umbra
(quando a sombra da Terra começa a ser observada na Lua) será de 2 horas e 51
minutos. Já considerando todo o período do eclipse, incluindo a fase de
penumbra (quando a sombra da Terra sobre a Lua ainda é vista de forma borrada),
a duração total do fenômeno chega a 5 horas e 33 minutos.
15h43: início da fase de penumbra
17h01: início da fase da umbra
19h52: fim da fase da umbra
21h17: fim da fase da penumbra
Não é preciso usar óculos de
proteção
Diferentemente de um eclipse
solar – quando o que fica "escondido" é o Sol –, para observar o
fenômeno lunar não é preciso óculos de proteção.
A visão da Lua é a olho nu, mas é
mais fácil assistir ao fenômeno em áreas menos iluminadas e com o horizonte
livre.
Sem 'Lua de sangue' desta vez
Thiago Gonçalves explica que este
eclipse, por ser parcial, não provocará o fenômeno da "Lua de
sangue". Para isso acontecer, seria necessário que os astros se alinhassem
perfeitamente, como aconteceu em 21 de janeiro.
"O alinhamento não será
perfeito e isso impede a visualização da 'Lua de sangue', que é quando o
satélite adquire tons avermelhados. Isso acontece porque a Terra se sobrepõe ao
Sol e os raios solares atravessam a atmosfera terrestre ganhando esta
coloração", explica Gonçalves.
Essa mudança de cor é provocada
pelos mesmos fatores que fazem o céu ser azul e pode ser observada em todos os
eclipses totais da Lua.
Eclipse solar recente
Há menos de 15 dias, a Lua passou
entre o Sol e a Terra, "tampando" sua luz. Em 2 de julho, um eclipse
solar total levou milhares de turistas ao Chile, de onde foi possível
acompanhar o momento em que o dia virou noite. Diversas regiões do Brasil também
puderam observar o fenômeno.
Os dois acontecimentos não estão
desvinculados, como comenta o astrônomo da UFRJ: "Não é coincidência. É
algo decorrente deste alinhamento. Eclipses solares podem vir junto com um
eclipse lunar. Isso é comum".
Este é o último eclipse lunar do
ano. O mundo verá o próximo eclipse total da lua apenas em 2021 – com
possibilidade de observação parcial no Brasil. Outros fenômenos parciais
acontecem antes, mas no país um eclipse total plenamente visível ocorrerá
apenas em 16 de maio de 2022. G1