O locutor Asa Branca morreu nesta
terça-feira (4), aos 57 anos de idade, após sua batalha contra o câncer na
mandíbula. Ele estava internado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo,
em São Paulo, desde o sábado (25), com saturação de oxigênio muito baixa e
fortes dores na região dos tumores. Desde domingo (2), Asa não se alimentava
mais nem por sonda. Ele também não reconhecia mais familiares e amigos.
A morte de Asa Branca foi
confirmada por sua família por meio de um comunicado enviado à imprensa.
"É com muito pesar que informo a todos o falecimento do nosso querido
Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos. Em breve, mais informações". Além
disso, o comunicado incluiu uma frase do locutor: "Nunca abandone um
amigo, independente de sua situação".
No final do ano passado, ele
estava internado por uma semana no Instituto do Câncer de São Paulo para tratar
infecções após rompimentos de tumores. Sandra dos Santos, sua mulher, contou
que ele não estava mais suportando as fortes dores, já que a morfina tinha parado
de fazer efeito. "Às vezes, ele está consciente e às vezes bem confuso.
Ele reclama de dores e a morfina não faz mais efeito. Ele não está mais
aguentando o sofrimento e já pede para morrer", contou.
De lá para cá, Asa retornou ao
hospital cinco vezes. Durante as internações, ele recebeu a visita de famosos
como Sergio Reis, Luizão e Geraldo Luis. Também recebeu o carinho dos seus seis
filhos, inclusive de Lara Lemos, que vive no Estados Unidos e estava há dois
anos sem ver o pai.
TRAJETÓRIA
Waldermar Ruy dos Santos teve sua
trajetória contata em um documentário. Ele ganhou o apelido Asa Branca porque
tinha a mania de agarrar passarinhos. Nascido em Turiúba, São Paulo, Asa perdeu
os pais aos 15 anos, após o seu pai se suicidar e sua mãe morrer devido à doença
de Chagas. Ele sonhava em ser peão de rodeio e aos 15 teve a oportunidade de
montar um touro em uma competição. Sofreu um acidente e teve o pulmão perfurado
pelo chifre de boi, o que interrompeu a carreira de peão.
Começou a se dedicar a locução
profissional. Embarcou para os Estados Unidos, onde viveu ilegalmente, mas
aprendeu mais sobre a profissão. De lá, trouxe um microfone sem fio e passou a
usá-lo nas locuções de rodeio.
Na década de 90, Asa Branca se
tornou nacionalmente conhecido por narrar os principais rodeios do país. Ele,
que se destacava por fazer a locução de dentro da arena, a dois metros do boi,
começou a usufruir da fama. Morava em um flat em um bairro nobre de São Paulo,
tinha 2 mil cabeças de gado nelore em fazendas arrendadas no Pará e em Mato
Grosso, um helicóptero e um avião bimotor. Era sempre convidado para participar
de programas e fez até pontas em novelas, como Mulheres de Areia e O Rei do
Gado. G1