Cuba produz o Interferon Alpha
2B, um medicamento usado pela China para tratar pacientes com coronavírus e que
gerou interesse de compra em cerca de 15 países, informaram especialistas
médicos da ilha nesta sexta-feira.
É um antiviral que repõe as
defesas humanas. "O Interferon é um produto terapêutico, não é uma
vacina", disse Eduardo Martínez, presidente do grupo industrial estatal
BioCubaFarma, negando publicações nas redes sociais que informavam que havia
uma cura para essa pandemia no país.
Ele lembrou que, segundo a
associação farmacêutica chinesa, "entre as propostas (para combater o
coronavírus), o primeiro produto de ação antiviral recomendado é o
Interferon", entre trinta opções.
Martínez explicou que, além de
Cuba, o medicamento também é fabricado por uma joint venture na China, o que
facilitou o tratamento.
"É um medicamento que temos
todas as capacidades para fornecer ao sistema nacional de saúde em Cuba e na
China".
Como mais tarde especificou o
diretor do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Cuba (CIGB), Eulogio
Pimentel, existem cerca de 15 países interessados em adquirir o produto na
América Latina, Europa, África e Ásia.
Temos um "inventário de
Interferon, de produto acabado, para os casos que em um horizonte de três a
seis meses podem aparecer em Cuba. E, em processo, temos um inventário
equivalente para tratar todos os infectados que ocorreram na China",
acrescentou.
Nos surtos de outros coronavírus
e Sars, os interferons foram usados para prevenção e tratamento, explica a
vice-presidente do CIGB, Marta Ayala.
"Os interferons são moléculas que o
próprio corpo produz contra ataques virais. É uma primeira defesa natural do
sistema imunológico para combater a entrada do vírus e inibi-lo",
acrescenta.
Mas o coronavírus, em vez de
induzir a produção de interferons, diminui. "De alguma forma, administrar
o Interferon de fora pode ser uma abordagem correta em meio à variedade de
tratamentos utilizados", avalia.
O medicamento é administrado
através de injetáveis, mas na China foi aplicado por nebulização "porque é
uma via rápida de chegada aos pulmões e atua no estágio inicial da
infecção", afirmou Ayala.
Até agora, quatro casos de coronavírus foram
registrados na ilha.
O governo está produzindo 1
milhão de máscaras. O turismo é um importante motor da economia cubana. No
momento, o governo não previu o fechamento de suas fronteiras e reforçou o
controle de entrada. https://noticias.uol.com.br/