O IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) anunciou nesta terça (17) a suspensão das entrevistas
presenciais para a pesquisa de desemprego e disse que revisará o cronograma
para o Censo Demográfico de 2020, sua maior pesquisa, que é realizada a cada
dez anos.
A suspensão das coletas de dados
em domicílio foi solicitada na segunda (16) pela Assibge, sindicato que reúne
os funcionários do instituto para evitar riscos de contágios pelo novo
coronavírus. A revisão do Censo era uma preocupação de especialistas e técnicos
da instituição.
O IBGE não deu entrevistas para
falar sobre o Censo. Em nota, afirmou apenas que "em breve",
anunciará novo cronograma do Censo Demográfico. Atualmente, estão abertos
concursos para a contratação de cerca de 208 mil temporários para a coleta dos
dados, agendada para começar no dia 1º de agosto.
O cronograma atual prevê a
aplicação das provas no dia 17 de maio. Como é um concurso nacional, a operação
envolve locais de prova em todos os estados. A expectativa no instituto é que a
data seja adiada, assim como o início do treinamento dos contratados, que
estava previsto para julho.
Com o objetivo de traçar um
retrato da população brasileira, o Censo Demográfico prevê visitas aos cerca de
70 milhões de domicílios do país. A preparação da pesquisa enfrenta uma série
de problemas, que começaram com restrições orçamentárias e culminaram com a
renúncia de gestores do IBGE em protesto contra a direção.
O planejamento original previa
gastos de R$ 3,4 bilhões. Ao assumir a presidência do IBGE no governo Jair
Bolsonaro, Susana Cordeiro Guerra determinou um corte de 25% do valor. Até o
momento, 63% deste total estão garantidos no Orçamento da União –o restante depende
de aprovação do Congresso.
Nomeada por Guedes, Guerra
defendeu que os cortes orçamentários não terão impacto na qualidade da
pesquisa. Uma das medidas para economizar foi a redução do tamanho do
questionário: em sua versão básica, o número de questões caiu de 34 para 25; na
completa, aplicada em 10% dos domicílios, de 112 para 76.
Em relação à pesquisa do
desemprego, chamada de Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domicilar) Contínua,
o IBGE diz que está estudando alternativas que não envolvam a visita a
domicílios. A coleta é feita de forma contínua e os resultados, divulgados a
cada mês. A última divulgação, em janeiro, mostrou que a taxa de desemprego no
país situa-se em 11,2%.