A chegada do coronavírus ao
Brasil tem pressionado o preço de itens de higiene e produtos hospitalares. Com
a expectativa de que a covid-19 alcance o pico de casos no país até o final do
mês, a procura por artigos como álcool em gel e máscaras de proteção tende a
disparar. O governo deveria tabelar esses produtos para que fiquem acessíveis a
mais pessoas?
A França, por exemplo, decidiu na
semana passada tabelar o preço do álcool em gel e investigar a cobrança de
preços abusivos. A marca mais comercializada por lá teve alta no preço de 700%
—o frasco de 100 ml chegou a custar mais de 25 euros. A doença chegou ao Brasil
depois de se espalhar pela Europa, mas consumidores daqui começam a se queixar
dos preços nas farmácias. O Procon-SP anunciou um levantamento para apurar preços
abusivos de álcool em gel e máscaras na capital paulista. Segundo o site
JáCotei, que compara preços em sites brasileiros, um frasco de álcool em gel de
marca popular subiu de R$ 16,06 em 27 de fevereiro para R$ 41,99 em 4 de março
deste ano. Um aumento de 161% em menos de uma semana.
O problema também afeta os
hospitais. Ontem, a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) informou
que o preço das máscaras cirúrgicas subiu 569% desde o início do surto. Nesta
quarta (11), o deputado Luiz Antonio Teixeira (PP-RJ), presidente da comissão
externa de combate ao coronavírus, defendeu o tabelamento de preços de álcool
em gel e máscaras cirúrgicas.
O Ministério da Economia disse
que não vai comentar medidas para conter preços. O governo de São Paulo, estado
com mais casos confirmados da doença, afirmou que não estuda qualquer
interferência no mercado por enquanto. Com uma equipe econômica liderada por
liberais, especula-se que o governo federal vai deixar o mercado estabelecer
preços livremente. Mas há economistas que defendem uma intervenção estatal.https://economia.uol.com.br