Em uma noite de votação de
trechos da proposta de reforma política, a Câmara dos Deputados decidiu que
tudo iria ficar como está. Nesta terça-feira (26), os parlamentares mantiveram
o atual sistema de votação proporcional para deputados e vereadores e
rejeitaram incluir na Constituição Federal a permissão para empresas
financiarem partidos políticos e campanhas políticas. As duas votações são
consideradas como derrotas para o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e
o seu partido. Elas trabalhavam pela aprovação do "distritão" e
defendiam a constitucionalização das doações privadas. Todas as propostas de
modificação do modelo de votação foram votadas e rejeitadas no plenário. A
principal delas era a do "distritão", que estabelecia que os
deputados e vereadores mais votados seriam os eleitos, sem considerar os votos
no partido ou na coligação. Foram 267 votos contra esse trecho da reforma
política e 210 a favor. Pelo modelo atual, os votos em todos os candidatos de
uma legenda são somados e a Justiça calcula o quociente eleitoral, que
determina o número de cadeiras a que cada partido tem direito. Com isso, um
político com uma pequena quantidade de votos pode ser eleito graças aos votos
para seus colegas de partido. Em seguida, a Câmara também barrou a emenda que
incluía na Constituição a doação de empresas a partidos políticos e campanhas
eleitorais. O objetivo da proposta era evitar que o Supremo Tribunal Federal
proíba o financiamento de empresas. Ela teve 264 votos a favor e 207 contra. No
entanto, por se tratar de uma proposta que altera a Constituição, eram necessários
307 votos. “A Casa quer continuar como está. Está rejeitando mudanças. Acho que
não vai passar nada. Não vai passar fim da reeleição, não vai passar
coincidência eleitoral”, constatou Eduardo Cunha após as votações. "Vai
cair a máscara daqueles que dizem que querem reforma política e não
votam". BN