Ferrera Erbognone é uma pequena
cidade da província de Pavia, na região da Lombardia, norte da Itália, com
cerca de 1.150 habitantes. Fica distante 56 quilômetros de Milão, tem área de
19 quilômetros quadrados e média de idade superior a 60 anos.
Como a maioria das pequenas
comuni (cidades) italianas próximas a grandes centros, registrou uma importante
diminuição da população nos últimos 150 anos. Em 1886, tinha 2,4 mil moradores,
mais do que o dobro do total de hoje.
Uma constatação sobre Ferrera
Ergognone vem surpreendendo as autoridades de saúde europeias e mundiais.
Apesar de estar localizada na região mais afetada pelo coronavírus na Itália, o
país do mundo com o maior número de vítimas fatais da pandemia até agora, a
comuna ainda não registrou sequer um caso de contaminação pela pandemia.
A descoberta positiva, mas ao
mesmo tempo curiosa e até estranha, levou especialistas a considerar a
possibilidade de que os habitantes da cidade tenham algum tipo de imunidade ao
vírus.
Para entender as razões da
inexistência de casos, ao menos até o momento, especialistas do Instituto
Neurológico Mondino de Pavia organizaram um processo de teste do sangue de
moradores da comuna. Os cidadãos estão sendo levados até um laboratório local
para os exames.
A expectativa dos pesquisadores é
encontrar anticorpos no organismo dos habitantes de Ferrera Erbognone
resistentes ao problema, o que contribuiria para combater o covid-19.
Questionados sobre os possíveis
motivos da ausência de contaminação, os habitantes da pequena cidade afirmam
que, apesar de não ficarem “o tempo todo fechados em casa”, cumprem desde o
início “as regras de isolamento, reclusão e proteção determinadas pelo governo
italiano”, como explica um médico local, Giovanni Fassina, ao jornal italiano
Corriere della Sera.
O número de mortos pelo
coronavírus na Itália chegou a 10.779 neste domingo (29), um aumento de 756
vítimas nas últimas 24 horas, atesta a agência de proteção civil do país. O
total de infectados no país desde o último dia 20 de fevereiro, data do
registro no primeiro caso italiano, bateu em 97.689. Hoje, diminuindo os
recuperados da infecção, há 73.880 pessoas contaminadas.
A Europa, com 363 mil infetados e
mais de 22 mil mortos, é o continente mais afetado pelo coronavírus. A Espanha
é o segundo país com maior número de vítimas, depois da Itália, com 6.528
mortes e 78.797 casos de infeção confirmados até a noite de domingo (29).
Os Estados Unidos são o país com
maior número de infetados no mundo. A China, país de origem da pandemia, abriga
até agora 81.439 casos, com 3,3 mil mortes.noticias.r7.com